Decepção X alegria

Essa semana passei por dois momentos extremos em sala de aula: a decepão X alegria. O motivo de minha decepção talvez seja um dos principais motivos da decepção de outros professores: a falta de interesse dos alunos, situação difícil de contornar.

Sei que os professores devem buscar aulas interessantes e fazer com que os alunos participem mais. Mas ao mesmo tempo, temos que pensar que nem toda a matéria é fácil de ser passada de uma maneira diferente e descontraida, e nem o professor é dotado de tamanha criatividade ao ponto de sempre planejar aulas interessantes.

Assim, acredito que chegamos ao ponto de exagerar a idéia de que devemos fazer com que as aulas sejam interessantes e que contem com a participação ativa dos alunos. Deixo bem claro aqui que não sou contra esta idéia, mas digo sim que há uma imensa dificuldade em pô-la em prática sempre. Creio que o problema não está só no planejamento das aulas, mas também no tipo de aluno que temos hoje em sala de aula.

Penso que as novas gerações tem sido criadas com a idéia, totalmente irreal, de que algo só é interessante e importante se for prazeroso e divertido. Digo isto pois os alunos geralmente justificam a falta de atenção dizendo que a aula e/ou a matéria é chata. Bem, lembro-me que nos tempos de escola geralmente achava as aulas chatas, mas nem por isso deixava de prestar atenção e tentar participar, pois pensava que podia ser chato, mas era necessário. Então, com esta visão, eu ficava atenta, aprendia, participava e me até me divertia em algumas aulas.

Gostaria, então, de destacar essa questão da diversão. Acho que nossas crianças e adolescentes estão sendo criados de maneira a achar que a diversão deve ser presente em todos os momentos. Mas ao mesmo tempo vejo que este pensamento está presente de um modo exagerado na mente desses alunos, o que só dificulta o aprendizado para a vida adulta. A vida não é formada só de diversões e prazeres, pelo contrário, ao nos tornarmos adultos percebemos que temos muito mais obrigações, momentos de seriedade que propriamente de diversão. E com isso, temos que aprender a nos portar de maneira adequada, pois do contrário o que vemos é a frustração.

Da mesma forma, esses alunos deveriam entender que a aula pode estar chata no seu modo de ver, mas ser algo muito importante para sua formação, e consequentemente, seu futuro. E que o professor que está ali não é nenhum palhaço de circo e tampouco dotado de uma criatividade além do normal. Mais uma vez, não digo que sou contra a busca de aulas mais prazerosas e participativas, mas ao mesmo tempo vejo o lado do professor que não pode fazer isso em 100% de suas aulas.

E nessa visão que os alunos têm atualmente, fica muito difícil o professor, em meio a sua explicação, competir com os celulares com mp3, acesso à internet, vídeos, ou os últimos resultados do futebol, ou então as conversas das meninas.

Como já desabafei sobre a decepçao, gostaria de citar brevemente a minha alegria. Depois de uma semana difícil, em uma das aulas, através de conversa e negociações, consegui a participação dos alunos nos trabalhos e até tirei dúvidas dos questionamentos que apareceram. Isso sim faz a alegria de um professor.

E é assim que seguimos nessa profissão.

Música

Essa semana ensinei uma nova musica em espanhol para os alunos e para fazer com que eles cantassem e memorizassem fiz uma brincadeira.
A música é a seguinte:
Buenas tardes amiguitos cómo estáis?
Muy bien.
Buenas tardes amiguitos cómo estáis?
Muy bien.

Alegria de vivir, de cantar, y de jugaaaaaaarrrrrr...

Buenas tardes amiguitos cómo estáis?
Muy bien.
Buenas tardes amiguitos cómo estáis?
Muy bien.

Então a brincadeira era a seguinte: nós cantamos a música e dançamos, até a parte que diz:  "Alegria de vivir, de cantar, y de jugaaaaaaarrrrrr..." e depois disso todos viram estátua. Então eu escolho alguém e tento fazer com que ele se mexa. Caso ele saia da posição de estátua, terminamos de cantar a música: "Buenas tardes amiguitos cómo estáis? / Muy bien. / Buenas tardes amiguitos cómo estáis? / Muy bien.". E aí começa tudo de novo.
Para quem gostou da música, o ritmo é o mesmo de "se você está feliz bata palmas...".

Lembrando que a música é um ótimo meio para o ensino, principalmente, de idiomas. É importante investir nisso.

Besitos.

Tecnologias antigas

No mês que passou, trabalhei, com o 3o ano do fundamental, o vocabulário relacionado aos aparelhos eletrônicos. A partir daí montei um projeto que objetivasse o conhecimento das tecnologias antigas.
Primeiramente, trabalhei o vocabulário como: computador, câmera fotográfica, rádio, celular, etc. Numa outra aula fomos ao laboratório de informática para pesquisar as tecnologias antigas relacionadas a estes objetos. Todos tinham em mãos uma lista de aparelhos, anteriormente preparada por mim, que deveriam buscar, entre eles temos: máquina de escrever, secretária eletrônica, bip, fita cassete, videocassete... Dessa forma, eles deveriam buscar e depois resumir a função de cada aparelho.
Depois fizemos cartazes com as tecnologias antigas e propus que cada um inventasse uma tecnologia que acreditem que haverá no futuro.
Por último, com a participação de todos, pediu-se ao pais que enviassem objetos antigos que representassem essas tecnologias para que montássemos uma exposição no colégio.
Como a matéria que leciono é espanhol, pedi aos alunos que fizessem fichas com os nomes dos aparelhos, em espanhol, para que colocássemos junto dos mesmos na exposição.
Pareceu-me uma atividade muito construtiva, principalmente se destacamos o conhecimento adquirido pelos alunos em relação às dificuldades enfrentadas antigamente que acabaram diminuídas pelo avanço tecnológico.

Jogo dos balões

Esta atividade pode ser aproveitada para todas as diciplinas e para diversas idades.  Primeiramente, deve separar o conteúdo a ser explorado. No meu caso, tinha a intenção de relembrar o vocabulario de espanhol, aprendido até então, com os alunos do 1o ano do Ensino Fundamental I. Assim, busquei várias figuras que representassem as palavras exploradas, cortei-as de modo que ficassem separadas. Depois coloquei uma figura diferente em cada balão de gás, antes de soprá-lo, e depois enchi cada um. Assim, cada balão tinha dentro uma figura. Depois coloquei os balões na quadra, em um lugar estratégico. Levei os alunos e formei duas filas. Dessa forma, quando eu falasse "já", os primeiros aluno das duas filas deveriam correr até os balões, escolher um e estourar, pegar o papel que dentro estivesse e correr em minha direção. Ganhava quem, ao chegar até mim, respondesse primeiro e corretamente o nome da figura em espanhol. Assim, os dois alunos iriam para o final de suas respectivas filas e os próximos alunos participariam da mesma brincadeira.
É importante ressaltar que estava atividade despertou o interesse pelo conhecimento do vocabulário, não só dos que estavam no momento competindo, mas também dos demais que ficavam curiosos e ansiosos para responder também.
No fim, ainda tive a oportunidade de ouvir uma proposta de uma das alunas que pretendo adotar. Ela me disse: "Tia, por que da próxima vez você não coloca uns balões sem nada... Assim vai confundir na hora de estourar". Então, fica aí mais uma opção.
É importante destacar que o jogo serve para várias matérias, por exemplo, pode-se usar continhas para a aula de matemáticas, perguntas para a aula de ciência, palavras ou frases para a aula de português...
Depende só da criatividade do professor...
E se alguém tiver alguma sugestão, como minha brilhante aluna, é só enviar que estarei feliz em adicioná-la.
Besitos, Ana.

Jogo da repetição

Uma maneira fácil de fazer com que as crianças decorem o vocabulário da aula é o jogo da repetição. Fiz com meus alunos do 1o e 3o anos do Fundamental. O jogo consiste em selecionar uma das palavras e dizer aos alunos que devem repetir todas as palavras menos a escolhida. Assim, o professor deve dizer as palavras, aleatoriamente, e esperar que os alunos repitam e no momento que a palavra selecionada é dita os alunos devem ficar em silêncio. Dessa forma, assim que um aluno erra, a palavra selecionada deve ser trocada por outra e o jogo recomeçado. É óbvio que com os alunos menores é possível repetir mais vezes o jogo pois eles demoram mais a se cansar da repetição. Mesmo assim funcionou com as duas séries e os alunos se divertiram muito. O principal objetivo é fazer com que os alunos repitam as palavras, cujos significados já conhecem previamente, a fim de gravá-las e de trabalhar sua pronûncia.

Con permiso...

Eu adoro trabalhar com crianças, principalmente porque eles têm uma visão muito mais simples da vida... É muito interessante a forma com que, às vezes, atividades muito simples se transformam em fonte de diversão para todos.
Eu estava ensinando as "palavrinhas mágicas" em espanhol para meus pequenos de 6 e 7 anos e tive a idéia de fazer uma atividade na qual eles utilizassem o termo "con permiso" em um determinado contexto. Dessa forma, fiz no computador dois "cartões", um dizendo "sí, por favor" e o outro "no, no puedes entrar." Depois os pintei de cores distintas, usei o verde para o "sí" e o vermelho para o "no". O outro lado do cartão deveria ser igual.
No dia da atividade, coloquei todos do lado de fora da sala, com a supervisão da outra professora, e lhes expliquei que deveriam bater na porta, eu abriria, eles diriam "con permiso" e escolheriam o cartão. Se fosse o verde, entrariam na sala, se fosse o vermelho, voltariam para o fim da fila.
Funcionou muito bem, pois meses depois eles ainda usam "con permiso" ao bater na porta e entrar em sala. Além disso, eles adoraram a atividade, que primeiramente tive minhas dúvidas quanto a aceitação por parte deles, e as vezes ainda me perguntam se iremos fazer essa brincadeira de novo.
Ou seja, no trabalho com crianças, ao montar uma atividade, devemos pensar como crianças, pois o que nos parece muito bobo e simples pode ser uma brincadeira divertida e estimulante para os pequenos.

Começando...

Todo começo gera uma certa angústia, pois, por falta do hábito que vem com o tempo, não se sabe exatamente onde é que irá chegar...
Entretanto, mesmo com esse friozinho na barriga venho apresentar-lhes o obetivo deste blog: trazer textos, links e imagens que contem um pouco de minhas experiências como professora de línguas, além de idéias que possam ser aproveitadas por outros colegas de profissão.
Conto com os comentários e participação de todos pois acredito que este pode também ser um canal de troca de idéias e experiências...
É com esta expectativa que inauguro este blog e escrevo este primeiro post.

Esperemos o que há de vir.

Grata pela visita,

Ana Paulino.